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quarta-feira, 10 de junho de 2020
Poema de Camões
ENDECHAS A ŨA CATIVA COM QUEM ANDAVA D’AMORES NA ÍNDIA CHAMADA BÁRBORA Aquela cativa, que me tem cativo, porque nela vivo já não quer que viva. Eu nunca vi rosa em suaves molhos, que para meus olhos fosse mais formosa. Nem no campo flores, nem no céu estrelas, me parecem belas como os meus amores. Rosto singular, olhos sossegados, pretos e cansados, mas não de matar. Ũa graça viva, que neles mora, para ser senhora de quem é cativa. Pretos os cabelos, onde o povo vão perde opinião que os louros são belos. Pretidão de Amor, tão doce a figura, que a neve lhe jura que trocara a cor. Leda mansidão que o siso acompanha; bem parece estranha, mas bárbora não. Presença serena que a tormenta amansa; nela enfim descansa toda a minha pena. Esta é a cativa que me tem cativo, e, pois nela vivo, é força que viva. Luís de Camões #aLeR+ #umaescoladeleituras
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