Vida Militar
A vida de aventuras de um mecânico da força
aérea
Jaime
Palma, 57 anos, militar da força aérea é o nosso entrevistado da semana. Este
atualmente está na reserva mas, quando é necessário, é chamado para servir o
seu país, exercendo as suas funções como militar. Esta entrevista foi conduzida
por Henrique Palma e Catarina Gonçalves.
Catarina Gonçalves - Este sempre foi o seu
trabalho de sonho?
Jaime Palma - Sim, porque sempre gostei de
aviões e de tudo o que dizia respeito à aeronáutica.
CG - É difícil separar o trabalho da sua vida
pessoal?
JP - Sim,
durante a minha vida militar, e porque as bases aéreas ficavam longe da minha
residência familiar, sempre me foi difícil conciliar o trabalho com a vida
pessoal e mais ainda não poder acompanhar em permanência o crescimento dos meus
filhos.
CG - O que fazia nas bases aéreas?
JP - Nas bases aéreas onde trabalhei, o meu trabalho variava consoante os
aviões que nelas operavam mas, basicamente fazia a manutenção dos diversos
sistemas de armas dos respetivos aviões.
CG - Esteve em quantas bases aéreas e quais?
JP - Estive colocado em cinco bases aéreas. O
início da minha carreira foi na Base Aérea de Tancos, passei pela Base Aérea 2
na OTA, pela Base Aérea 5 em Monte Real, Base Aérea 6 de Montijo e por fim,
pela Base Aérea 11 de Beja, onde permaneci 29 anos.
C.G. Já participou em alguma guerra?
JP - Não, nunca participei em nenhuma guerra.
Participei nalguns exercícios da N.A.T.O., um deles na Turquia junto à
fronteira com o Iraque que, nessa altura, estava em guerra.
CG - Alguma vez teve problemas aeronave em que
se encontrava?
JP - Não, felizmente nunca apanhei susto algum.
CG - Já
foi para o estrangeiro em trabalho? Se sim, para onde?
JP - Já. Durante a minha vida militar, 36 anos,
participei em várias missões NATO no estrangeiro nomeadamente na Alemanha,
França, Holanda, Bélgica, Marrocos e Turquia.
CG - Alguma vez teve problemas no estrangeiro?
JP - Não, sempre correu tudo bem, como militares
sempre fomos respeitados e bem tratados.
CG - Houve algum momento que quis demitir-se?
JP -
Não, na vida militar a palavra demissão não existe, quando vestimos a farda e
optamos por seguir a vida militar a única maneira de sair é desertar mas, isso
acarreta vários problemas disciplinares.
CG - Aconselha os jovens de hoje em dia a seguir
este tipo de carreira profissional?
JP - Aconselharia sem dúvida. Para além de ser uma
carreira aliciante, para os jovens que terminam a escolaridade, estes podem
conciliar o serviço militar com a carreira universitária, porque o estado
Português facilita com alguns incentivos.
Concluindo,
Jaime Palma trabalhou 36 anos na força aérea. Ao longo desse período esteve
fora de alguns dos momentos mais importantes da sua família, tal como o
crescimento dos filhos. Nesta entrevista realçamos a dificuldade de ser
militar, mas também podemos provar através desta, que a vida militar tem os
seus benefícios, tais como apoio no estudo e na saúde.
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