terça-feira, 22 de outubro de 2019

História tradicional «O caldo de pedra»

Para assinalar o Dia Mundial da Alimentação, a turma C do 1.º ciclo leu, no dia 16 de outubro, a história tradicional O caldo de pedra.


     Um frade andava ao peditório; chegou à porta de um lavrador, mas não lhe quiseram aí dar nada. O frade estava a cair com fome, e disse: 
     – Vou ver se faço um caldinho de pedra.
     E pegou numa pedra do chão, sacudiu-lhe a terra e pôs-se a olhar para ela para ver se era boa para fazer um caldo. A gente da casa pôs-se a rir do frade e daquela lembrança. Diz o frade:
     – Então nunca comeram caldo de pedra? Só lhes digo que é uma coisa muito boa. 
     Responderam-lhe:
     – Sempre queremos ver isso.
     Foi o que o frade quis ouvir. Depois de ter lavado a pedra, disse:
     – Se me emprestassem aí um pucarinho.
     Deram-lhe uma panela de barro. Ele encheu-a de água e deitou-lhe a pedra dentro. 
     – Agora se me deixassem estar a panelinha aí ao pé das brasas.
     Deixaram. Assim que a panela começou a chiar, disse ele:
     – Com um bocadinho de unto é que o caldo ficava de primor. 
     Foram-lhe buscar um pedaço de unto. Ferveu, ferveu, e a gente da casa pasmada para o que via.
     Diz o frade, provando o caldo: 
     – Está um bocadinho insosso; bem precisa de uma pedrinha de sal. 
     Também lhe deram o sal. Temperou, provou, e disse:
     – Agora é que com uns olhinhos de couve ficava que os anjos o comeriam. 
     A dona da casa foi à horta e trouxe-lhe duas couves tenras. O frade limpou-as, e ripou-as com os dedos deitando as folhas na panela. Quando os olhos já estavam aferventados, disse o frade:
     – Ai, um naquinho de chouriço é que lhe dava uma graça... 
     Trouxeram-lhe um pedaço de chouriço; ele botou-o à panela, e enquanto se cozia, tirou do alforge pão, e arranjou-se para comer com vagar. O caldo cheirava que era um regalo. Comeu e lambeu o beiço; depois de despejada a panela ficou a pedra no fundo; a gente da casa, que estava com os olhos nele, perguntou-lhe:
     – Ó senhor frade, então a pedra? 
     Respondeu o frade: 
     – A pedra lavo-a e levo-a comigo para outra vez. 
     E assim comeu onde não lhe queriam dar nada.

Após a leitura da história, os alunos fizeram dez bonitos desenhos, dos quais partilhamos aqui um deles:


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